THE HYPE IS REAL!
Não existe frase mais apropriada para iniciar um texto sobre o último trabalho de Marcel Ibaldo e Max Andrade. Certamente uma brincadeira com o título, porem que não engana e apresenta de cara meu sentimento pela obra, se é que podemos chamar assim.
Eu estava no hype de The Hype. Mal podia esperar para pôr as mãos na HQ desde seu preview aqui no blog. Tanto que viajei para a Comic Con e depois tive de ir ao evento da Picnik. Tudo com esse simples objetivo em mente. Ter essa bela edição de The Hype em minha estante.
Normalmente começo os textos indo direto, falando do enredo. Mas sério, parem um pouco e apreciem essa capa envernizada, com a arte se completando ao fundo. Um estilo chamativo, de cores quentes, vibrantes, que pulsam energia e dão um tom de cartoon ao comic.
Já embelezando seu interior temos a arte de Max, a qual já mencionei diversas vezes no Mangatom, mas que não custa reforçar aqui o quanto ele é foda. Traços que puxam para o mangá, mas sem ficar preso naquele padrão japonês, mostrando bem o estilo característico do ilustrador.
Quanto a Marcel, seu enredo dessa vez acertou em cheio, entregando um shounen de porrada, como diriam os jovens, com uma mistura de sci-fi e fantasia onde a música eleva os poderes do ouvinte. Algo genial, que culmina em cenas de ação surpreendentes, daquelas de deixar de queixo caído.
Tudo começa num cenário mundano. Um resquício dos dias escolares de Múltipla Escolha, talvez. Porém trocando o estudante pelo professor. Um jovem que sonha ser herói, mas não daqueles de gibi. E sim um cara que faz a diferença, tanto que ele dá aula para jovens de baixa renda, mesmo que isso signifique não ter com o que gastar.
Algo real, que devido a um curto circuito se torna sobrenatural, fora do comum, anormal. Um raio de energia passa pelo corpo, que se vê em local diferente, atordoado por um momento, mas então encapetado, nervoso, estupefato, veloz, fugitivo, alvo, em nova vibe e cheio de poder.
Parece estranha a forma como escrevo, mas ocorre tanta coisa em tão pouco tempo que é impossível resumir, mas não custa tentar. O cara e teletransportado, descobre que existe outro mundo, poderes e que ele é um deles. Vira presa, é caçado, lembra do passado e descobre o ritmo de seu coração. Não so ganha poderes, mas amadurece, cresce e se supera.
Uma aventura rápida, simples, acelerada, que conquista o leitor exatamente por conter essa divisão nítida. Um começo que explica o passado, constrói personagens e apresenta o plot central. E um final que incita, isso mesmo, o hype.
De certo ponto isso é muito legal, pois compactou bem o enredo e criou algo agradável, porém deixou a desejar mais. Uma continuação. Algo que talvez nunca ocorra, ao menos não da maneira esperada, devido ao jeito como a história foi apresentada, jogando logo todos os elementos em cena.
The Hype apresenta uma estrutura similar à de one-shots que são testados para ver se podem vir a se tornar uma serie. Apresenta o motivo, o mundo, o vilão e em tempo recorde tudo acaba, sem deixar um caminho para seguir. Ou em outros termos, algo tão fechado que não valeria continuar sem uma reformulação.
Da forma como se encontra agora The Hype é um HQ que certamente recomendo, mas que eu pessoalmente gostaria de ver evoluir. Ele possui muito potencial para ficar numa única edição. E mesmo que não venha a se tornar uma serie uma coisa é certa. A cada novo título dessa dupla meu hype so aumenta, e mal posso esperar pela próxima obra.