“Você gosta de música?” “Não”. Virou resposta padrão. Conheço bandas e sei algumas letras, mas não sou fanático. Basicamente, eu escuto mas não sei conversar sobre, pior ainda se entrar com detalhes técnicos. Não sei nem dizer o que seria uma partitura, ainda assim me fascino com obras como Beck e Whiplash. Existe algo magico nesses contos de superação.
E quase como ver um arco de treinamento num desses milhares de shounen de ação, porem com mais conteúdo e acontecimentos nos intervalos. Não fica aquela constante onde o personagem passa 10 capítulos trocando socos com o treinador, nem algo muito rápido a ponto de terminar em poucas páginas. É realmente uma importante jornada, com altos e baixos, que vai definir o futuro do competidor.
Em Hibike! Euphonium esse caminho é trilhado por Kumiko Oumae, uma praticante de eufônio, um aerofone, ou instrumento cujo som e reproduzido por meio de vibrações no ar, da família dos metais – onde metal se refere a instrumentos de sopro que utilizam da vibração dos lábios – muitas vezes confundido com o Barítono. Eu particularmente não consigo notar a diferença e não saberia te informar nenhum dos dados acima sem uma rápida pesquisa no Google. Não sou musico, e isso não é requisito para entender o enredo.
Se assistiu, ou leu, as obras já citadas deve ter uma noção do que eu estou falando. As informações passadas para o telespectador, em ordem de pegar um grupo mais abrangente, beiram ao básico. Você não está assistindo uma vídeo aula, seja curso avançado ou introdução. O objetivo da obra e apenas de passar o que as personagens sentem. A alegria de se tocar em um grupo, o esforço para alcançar as metas, a tensão que paira no ar momentos antes de uma audição. E são esses momentos intermediários que tornam o anime agradável.
Sim, eu já afirmei ser um hater de moe, um odiador de garotas fofas fazendo fofice. Não mudei tanto dessa época pra cá, ainda não gosto do que os japoneses colocam como sendo bonitinho, e em boa parte desse “meio” você verá isso. Risinhos, bobice, rostinhos avermelhados. Não gosto por se tratar de alunos do ensino médio. Infantiliza demais, eis minha opinião impopular. Porem relevo. Achei interessante a forma que utilizaram isso na série.
Quando os personagens estão na escola, entre amigos mais chegados, agem de maneira infantil, bem como eu e você. No restante do tempo eles realmente são adolescentes, mostram um certo nível de maturidade que condiz com a idade apresentada. Ainda e mostrado o comportamento perante os familiares e, logicamente, na banda.
Por fim temos os relacionamentos. Eu não gosto de dar spoilers – alguns consideram assim – muito menos de ficar falando acho isso, acho aquilo, mas não posso deixar de me pronunciar quanto a um possível shoujo-ai, quase yuri. Se não está familiarizado com os termos eu me refiro a um relacionamento amoroso entre garotas. É achismo, eu sei, mas não posso deixar esse barco – ship, sacaram – afundar.
Já devem ter ouvido falar de Korra x Sami, aquele surto entre os fãs de A Lenda de Korra que afirmavam que duas personagens tinham um caso. Aqui é a mesma coisa, porém com indícios bem cavalares. Falo de possíveis beijos com a câmera cortando, declarações de amor e olhares cheios de paixão. Os diálogos entre Kumiko e Reina Kousaka são, pelo menos para mim, a melhor parte do anime.
Eu queria muito dizer que era o visual, produzido pela excelente Kyoto Animation, mas tenho de admitir, eu entrei para o lado shipper da força. Agora me resta esperar, sem muito animo, uma segunda e, porque não, mais temporadas. Infelizmente o anime termina – não é spoiler, é sim construção de plot – quando entram para as nacionais. Como alternativa e possível ler a light novel, no momento contando com um único volume traduzido e que deve abranger o reproduzido na animação.