OBS: Li o manga até o volume 10 para fazer este review.
I Am a Hero começa mostrando uma historia bem “slice of life” sobre um aspirante a mangaka, porem com certos momentos de sobrenatural, e do nada te joga no meio de um apocalipse zumbi.
Não tem como descrever melhor o início, e prefiro ate evitar um pouco para não perder a graça.
O legal da historia e como ela vai se desenvolvendo como se estivessem jogando coisas na sua cara sem pedir a cada momento, pois não a um objetivo fixo, exceto sobreviver, e todo o resto não passa de detalhes.
Porem tais detalhes são apresentados de maneira fantástica e criam o clima perfeito para a trama. Se prestarem bastante atenção durante a leitura irão notar que pequenos detalhes são escondidos na imagem fazendo você suspeitar que algo ira acontecer, o que as vezes e so um simples detalhe, e outra é algo fundamental para a próxima cena. Isso contribui muito para um clima de suspense que parece deixar o leitor mais paranoico e atento, como se estivesse mesmo na pele de alguém tentando sobreviver.
Inclusive esse apocalipse zumbi, que parece sair do nada, já era presente des do inicio do manga. Era so prestar atenção em pequenos diálogos secundários, noticias da TV, entre outros.
Outra coisa que achei sensacional é o principal. Ele é completamente doido e fora do comum do que se imagina de um protagonista. Algo que inclusive é abordado no inicio do manga nas historias que o próprio protagonista escreve. E como se ele tentasse colocar ele mesmo como principal em cada historia.
E esse é outro pequeno detalhe que não esta ali so por estar. O próprio personagem e um autorretrato (não sei se esse é o melhor termo) do autor do manga. Tenho quase certeza que o inicio foi baseado em experiências próprias do autor.
Isso inclusive e uma referencia ao próprio titulo da obra, I Am a Hero, que quer dizer “eu sou o herói”. Este por sua vez também acaba se tornando uma frase marcante e de impacto no decorrer da obra. Poderíamos ate dizer que é o “jargão” do protagonista.
Agora a parte que eu mais curti foi ver o psicológico do principal e dos zumbis. O principal e totalmente doido, como já falei antes, e conversa com entidades que so ele vê, tem sonhos bizarros, etc. E obviamente com tudo que passa a aconteçer com ele essas alucinações começam a mudar.
Quanto aos zumbis, parece que eles se encontram presos em um tipo de loop mental relacionado a suas vidas. Eles passam os dias sonhando com coisas que faziam, porem o que seria jogar o lixo fora, pode muito bem mudar para algo sinistro como jogar cabeças num cesto.
E isso ainda seria uma cena gore bem leve para o manga, pois este manga não perdoa. Tem bebes zumbis recém-nascidos, canibalismo, desmembramentos, cabeças explodindo, e tudo que se pode esperar de um fucking apocalipse zumbi.
Essas coisas inclusive servem para formar uma espécie de comedia macabra super bem desenvolvida e nos faz rir e descontrair nos momentos certos, assim aliviando parte da tensão.
Infelizmente não irei falar so de pontos positivos desta vez.
Teve partes que me irritaram muito. Como e que uma pessoa vê um parente ou conhecido com o rosto detonado, veias saltando, intestino pra fora e correndo de quatro em uma pose de kama sutra e ainda fica calmo e achando que a pessoa ta doente ou algo assim?
Eu entendo que possa ocorrer uma negação devido ao trauma, mas porra, quem não iria correr numa situação assim?
Acho a reação dos personagens as vezes controlada demais. Não e que eu queira um drama, o manga deixa bem claro que isso não vai ocorrer. Eu so queria uma reação mais dentro do normal…se e que existe um padrão pra isso lol
Outra coisa que eu não gostei muito, mas que ao mesmo tempo pode ser considerado genial, e os discursos do principal. E legal ele impor a opinião dele sobre assuntos interessante e tal, e eu entendo que ele faz isso para se acalmar, o que foi uma boa saída para incluir isso no meio de um apocalipse, porem achei que em certos momentos não saiu o texto na hora certa.
Por sorte isso so ocorre no inicio do manga, pois notamos um grande amadurecimento por parte do autor.
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Texto publicado originalmente em 09/10/2012