On the Screen: Scoob! | Uma homenagem a Hanna Barbera

O que falar de Scooby-Doo que já não foi dito? Todo mundo viveu as aventuras da gangue da mistérios S.A. com Daphine, Velma, Freddy e principalmente Scooby e Salsicha. E nem chega a ser estender muito os fatos, pois Scooby-Doo é uma franquia que vem forte, sempre se renovando, com filmes e series desde 1969, sendo um dos maiores clássicos da Hanna-Barbera.

Com uma franquia tão longínqua que atravessa gerações é de se esperar que ao longo dos anos tenha surgido versões bem diferentes e que os mais novos talvez estranhem esse filme tão repleto de homenagens. Porém, estranhamente, eu vi um repudio justamente por parte dos mais velhos.

Ao que tudo indica Scoob é o primeiro numa serie filmes animados que visa criar um universo interligado das series da Hanna-Barbera, similar ao feito nos quadrinhos da DC Comics durante o projeto Hanna-Barbera Beyond, de 2016. E por conta disso o filme não é simplesmente do scooby-doo, pois estrelando ao lado da gangue temos Falcão Azul e Bionicão.

Para quem não conhece este outro clássico da Hanna-Barbera, Falcão Azul e Bionicão foi um desenho de 1976 que estrelava um super-herói com temática de falcão, um pouco similar ao Batman, e um cachorro biônico. Um dos mais divertidos na minha opinião, e que tem ligação direta com scooby-doo por usar do traçado da antiga serie como base.

Acredito que além disso, a escolha por trás desse crossover inicial tenha sido a ascensão dos super-heróis nos cinemas e a temática de se colocar os cachorros mais famosos da Hanna-Barbera juntos, incluindo Dick Vigarista e Muttlei como vilões.

Com essa ideia dos cães talvez alguns sintam falta de outros personagens da HB, como Dino, Astro, Dom Pixote, Jambo, Precioso, entre outros. Porém é aí que entra o problema. Sentir falta, querer algo a mais, e principalmente nostalgia. A saudade. Querer voltar a origem de tudo.

Meu problema é com esse povo mais velho que parece arrumar sempre algo ínfimo para reclamar e tacar bombas de review em algo genuinamente bom. Sendo que o objetivo do filme nunca foi trazer de volta o passado e sim modernizar o clássico em prol de uma linha temporal onde todos os desenhos estão unidos. É para ser pra frentex, colocando num termo que os vovôs possam entender.

E olha, nem vale me chamar de zoomer chato ou algo assim, pois estou nos meus 30. E so não reclamo da obra pois além de enxergar e aceitar a proposta inicial eu não vi simplesmente um filme modernizado com foco em ação e aventura, mas sim uma grande carta em homenagem a hanna-barbera e aquilo que me alegrou na infância.

Se você se sentiu incomodado apenas preste um pouco de atenção. Existem easter eggs, cenas, personagens e até mesmo sons que remente aos desenhos da HB, e quando se trata de scooby-doo vai além. Desde o início que remete ao O Pequeno Scooby-Doo de 1988, com a turma criança, a sequência com o tema que recria a abertura com eles crescendo até aos clássicos desencontros de Salsicha e Scooby com os monstros.

Existem cenas literalmente recriadas do desenho antigo, justamente para os mais velhos, e isso deveria ser o bastante. Não podemos nos fechar numa bolha de lembranças e querer sempre os velhos tempos, pois além de não ser saudável e fechar nossa mente a novas experiências, faz com que nos tornemos chatos e ranzinzas aos olhos dos outros.

Ainda nisso de aproveitamento, o filme conta com diversas piadas bem adultas e engraçadas, que olha, eu nunca esperaria em algo do Scooby. Um ponto que talvez se perca na adaptação, diga-se de passagem, mas que não custa mencionar. E para os mais novos, bem, é um tremendo filme de aventura que não exige conhecer os personagens anteriormente, mas que como já disse se torna melhor ao meu ver se você tiver acompanhado a HB na infância.

Basicamente, seja legal, olhe o filme com outros olhos e se divirta, seja relembrando o passado ou vendo com a família, pois está tudo lá e so não ver quem não quer. E se nunca viu Scooby-doo, vai fundo também que o filme é divertido pra caramba e uma ótima porta de entrada.

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