On the Screen: Kung Fury

Eu conheci este projeto ainda em 2014, não lembro exatamente o mês, quando a Laser Unicorns divulgou a imprensa que produziria um filme baseado nas películas policiais dos anos 80, tais como Máquina Mortífera e Duro de Matar.

Nisso foi lançada uma campanha no Kickstarter, famoso site americano de crowdfunding, onde o estúdio sueco arrecadou US$ 630,019, ultrapassando sua meta inicial de US$ 200,000. Apesar do enorme sucesso ainda faltou muito para alcançar o ultimo e verdadeiro objetivo, transformar Kung Fury em um longa-metragem.

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Acredito que muitas pessoas tenham pensando igual alguns de meus amigos, que assim que souberam que eu gostaria de investir no filme afirmaram “Nem, guarde seu dinheiro. Um curta metragem já está de bom tamanho.” Ou quem sabe tenham ficado descrentes quanto a chance deles arrecadarem 1 milhão. Afinal, não estamos falando de Koji Igarashi.

Apesar da queda gigantesca o projeto continuou e o resultado final foi algo fantástico. Devido ao grande investimento realizado pela equipe, que realmente seguiu à risca o prometido, o curta chamou a atenção de diversos sites e ganhou uma entrada direto para o Festival de Cannes, onde infelizmente perdeu para Rate Me.

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Mas afinal, do que se trata esse vídeo que conquistou a internet? Kung Fury é uma parodia de filmes antigos de ação, onde a maioria envolvia não apenas tiroteios frenéticos como cenas de artes marciais, muitas vezes utilizando de narrativa e enredo mal trabalhados onde o foco era justamente nas mortes cinematográficas.  Como exemplo basta pegar qualquer filme do Steven Seagal.

Após enfrentar um Arcade Transformer, Jimmy JJJ sendo morto e tem de viajar no tempo, passando por Skyrim com mods, para enfrentar o chefão de Wolfenstein. Não deve existir uma descrição mais precisa sobre o que aconteceu na trama. Algo tão confuso que deixaria Cable desnorteado.

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Para deixar tudo perfeito temos o típico figurino dos anos 80, incluindo a essencial Powerglove, um film grain de arrancar os olhos do Mickey, defeitos básicos de VHS e TV de tubo, modelos 3D que fazem você desejar a volta dos animatronicos e explosões de dar inveja a Michael Bay. Tudo isso ao som de David Hasselhoff.

Não, nada disso se enquadra como algo ruim, mas justamente o contrário. Cada um desses “deslizes de produção” foram inseridos com o propósito de deixar o curta com o visual desejado, assim proporcionando uma maior imersão.

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Se deseja exemplos que validem minha afirmação de que está é uma película de qualidade basta observar os cenários e armas, todos em chroma key, o figurino bem trabalhado, emulando a década, e as coreografias fenomenais.

Se ainda não viu o vídeo, está esperando o que? Pegue sua minigun e se junte a festa!

Espere, ainda não acabou por ai. Seguindo o exemplo de Os Mercenários 3, para promover o filme, o estúdio encomendou um Advergame. O desenvolvimento ficou a cardo da agencia publicitaria sueca Hello There AB.

Lançado na mesma data do vídeo, o jogo Kung Fury: Street Rage rapidamente cumpriu seu propósito ganhando diversos reviews positivos no Steam. Classificado como um Beat ‘em Up retro o game é um score attack que copia o excelente One Finger Death Punch, porém sem a criatividade e precisão do mesmo.

Falo mais do game no meu canal. Confira lá o review completo:

Texto publicado originalmente em 02/06/2015

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