On the Nanquim: Bem Melhor Agora

Então, no finzinho do mês passado resenhei “3 Histórias Curtas”, uma quase nova coluna que pretendo manter com certa periodicidade se der, e dentre as HQs escolhidas estava Terezinha, do autor Isaac Tiago. Ele gostou bastante de fazer parte do post e perguntou se eu não gostaria de escrever sobre sua primeira obra, “Bem melhor agora”, e porque não?

Nisso me dirigi novamente ao Social Comics e iniciei minha leitura de 168 páginas sobre demônios e anjinhos. Algo que devo admitir, não gostei, daria um 6 caso usasse um sistema de notas e possivelmente não falaria sobre neste blog.

Mas pera, pera lá! Eu não escreveria aqui pois não acho que se encaixa no perfil do site, daria 6 pois para mim isso indica algo bom e so não gostei tanto pois eu não tenho idade para isso, questão pessoal sabe. Ainda assim não vou parar a resenha por aqui, pois um sábio, o qual não me recordo o nome, uma vez disse “devemos analisar uma obra não por nos mesmos, mas pela visão do público alvo.”

bem1

E querendo ou não “Bem melhor agora” é uma história infantil, daquelas que você compra para seu filho aprender algo a respeito do mundo. So que sejamos francos, a maioria dos contos desse tipo subestima a capacidade das crianças ou é muito voltada para alguma ideologia, o que nem sempre e interessante nesses casos.

No enredo temos o demônio Bin, um menino alegre e bondoso, que mora no inferno junto de sua mãe e irmã. Certo dia a pequena adoece e então Bin parte para a superfície em busca da cura, onde é acompanhado por Gin, seu anjo protetor.

Um plot bem diferente, criativo, que leva a uma aventura bem divertida, sendo a melhor parte a metade em que ambos os protagonistas estão juntos. São personalidades opostas que se completam totalmente.

bem2

Um conto que faz pouca alusão a religião, se utilizando da ideia cristã de céu mais como uma forma bonita de tocar na questão da morte, em certos momentos até mesmo exibindo comportamentos contraditórios por parte do anjo.

E isso é fantástico! Pois apesar da história ter várias lições, o foco central é mostrar que todos somos iguais e que podemos conviver juntos, indiferente de diferenças tão gritantes como chifres ou aureolas.

Em outros termos acredito que o autor se utilize desses personagens para ensinar sobre preconceito étnico, racial, etc. Talvez algo não muito obvio numa primeira lida, possivelmente nem mesmo intencional, mas sem dúvida algo que os pais podem estar buscando com o livro.

bem3

Para prender a atenção dos pequenos temos um traço bem simples, colorido, que lembra em parte o popular Angry Birds, e várias piadas apresentadas tanto em diálogos como de forma física.

Se eu estivesse nos meus 12 anos para baixo eu tenho absoluta certeza que esta obra seria recorrente em minha vida. Daquelas que você enche o saco da mãe toda noite pra ler, mesmo que seja a milésima vez. Algo para se decorar!

Se tem um filho menor, priminho ou coração de garoto, eu realmente recomendo Bem melhor agora. Um título cativante, inteligente e moderno.


CrgR9NrWEAEbTN8

Roubando um pouco desse espaço final gostaria de agradecer novamente ao Isaac, dessa vez pelo envio do exemplar autografado de Apto. 23. E nessas horas que você olha e pensa “cara, que maneiro. Ele realmente gostou do meu trabalho!” E sem dúvida, ainda que simples, esse é um sentimento sem igual.

Texto publicado originalmente em 06/09/2016

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *