X-Men: First Class – Um começo mais que agradável

Acho que a melhor forma de iniciar esse texto é avisando que não se trata de um review do filme X-Men: Primeira Classe (2011), mas sim das histórias contidas nos quadrinhos X-Men: First Class (2006-2009), X-Men: First Class Finals (2009) e X-Men: First Class – Class Portraits (2011).

Gosto de colocar assim, como “review das histórias”, pois eu não recomendo a leitura de absolutamente tudo. X-Men: First Class é uma série que parte do princípio de serem contos extras do primeiro time dos X-Men, surgido em 1963, quando a equipe consistia de professor Xavier, com os alunos Ciclope, Garota Marvel, Homem de Gelo, Anjo, Fera e o computador Cérebro.

Logo, esta não é uma série para mergulhar no complexo cânone da franquia que se alonga até os dias atuais, e nem mesmo entra muito nas reviravoltas e mudanças drásticas dos X-Men originais. Mas que ainda assim serve como o início perfeito, justamente por poder ser lido por qualquer pessoa, salvo algumas histórias que infelizmente vou sugerir pular quando necessário. Pois o propósito desta resenha é apresentar algo tragável a quem não consome quadrinhos de herois, principalmente do time X.

Encare o conceito dessa série como sendo uma porta de entrada ao mundo dos mutantes, ao mesmo tempo que é um extra charmoso para os fãs de longa data. Pois não há nada de fundamental que tenha de se consumir antes de embarcar na leitura. Se você viu os filmes, os desenhos, ou leu algo quebrado aqui e ali, talvez até mesmo a história de origem, ótimo. Vai pegar alguns pontos extras e se divertir com isso. Mas jamais vai ser informação fundamental para o aproveitamento.

Até porque você vai conhecer muito bem os personagens ao longo dessa série episódica, que se foca muito no “é se tivesse acontecido?”. Onde os enredos podem ser descritos como “e se perdessem os poderes?” “E se Xavier fosse amigo do Connors?” “E se o computador Cérebro desse defeito?”. Mostrando assim aos leitores eventos do mais puro fanservice, com coisas que não existiram na tal run original, ou que ficassem mais interessantes ao aplicar um twist moderno.

Sendo assim, dá pra resumir como uma leva satisfatória de aventuras, com um clima bem tranquilo, que deve agradar principalmente os órfãos de X-Men: Evolution (2000), por conta do clima escolar e dos poderes não tão desenvolvidos. Nem mesmo personagens como Jean (Garota Marvel) e o próprio Xavier são livres de falhas, e eu acho isso ótimo, pois ajuda no desenvolvimento das histórias. 

E também acho excelente os crossovers serem em sua maioria com os contrapontos de época. Thor médico que bate bengala para transformar, Viúva Negra com roupa mais de heroína, etc. Puxando detalhes visuais, trejeitos e mentalidades de uma época bem diferente, sem jamais perder esse lado mais moderno que cativa leitores atuais, e nunca indo para extremos que hoje seriam vistos de maneira ruim.

QUAL A ORDEM DE LEITURA?

Mas vamos falar agora das histórias e álbuns, começando pela ordem com um sonoro “não existe”. Digo isso pois eu mesmo li fora de ordem, pois onde adquiri o quadrinho estava como volume 2 o que seria o 3, haha, e em nada afetou a leitura. Tirando quem era o autor e ilustrador principal.

Nisso me refiro aos álbuns antes do Vol 4 e do “Finals”, que separam as runs de 2006 a 2007 e parte da de 2007 a 2009. Algo que não me entra muito bem, pois parece uma separação inútil, uma vez que quase tudo é feito por Jeff Parker e Roger Cruz, passando a tocha somente numa história ou outra.

O volume 4 e o Finals necessita sim de uma ordem, mas eu colocaria ela como interna. Fica melhor depois de conhecer o time, porém os capítulos se ligam mais dentro do próprio álbum.

VOL 1: Tomorrow’s Brightest

Dessa leva inicial, o volume 1, intitulado Tomorrow’s Brightest, é basicamente o melhor. Ele conta com Parker e Cruz, do início ao fim, em histórias muito legais, começando com X-Men 101. Um enredo simples de uma ameaça que controla outras formas de vida, mas que brilha pela narrativa de Bobby, O Homem de Gelo, descrevendo seus colegas e estudos. De quebra, os poderes são todos apresentados de forma impactante em momentos chave.

Na sequência vem The Bird, The Beast e The Lizard, apresentando a partir de então histórias mais focadas em membros do grupo, fortalecendo ainda mais características individuais e mostrando leves ligações dos mutantes com o universo Marvel, sem jamais ser algo irritante que quebre o ritmo.

Nem mesmo o professor Xavier escapa dessa, ganhando um foco bem interessante no fenomenal A Life of the Mind. A minha história favorita desse álbum. Que também serve para expandir o computador Cérebro e dar um fanservice tremendo no vasto host de vilões da série. Novamente sem necessitar que você conheça e tenha memorizado o destino de cada um. Eu mesmo não conheço vários e achei foda. Principalmente a forma nada ortodoxa de contar a história, se comparado a todo o resto.

Já em Seeing Red temos a introdução das sentinelas e a interação dos mutantes com o mundo mágico, com direito a um crossover com o icônico Doutor Estranho. Algo que se repete até certo ponto no The Littlest Frost Giant, agora com presença do poderoso Thor e destaque para o Homem de Gelo. Saindo para algo mais Sci-fi em The S-Men, agora sob ameaça dos terríveis aliens Skrull. Enquanto os recorrentes Feiticeira Escarlate e Mercúrio mostram paixão e ciúmes no capítulo Who Wants to Date a Millionaire?.

E eu sei, tudo isso, essa repetição de nomes, pode parecer estranho e intimidador. Mas estou colocando esses aqui simplesmente para matar a curiosidade de fãs de longa data sobre o conteúdo do volume, sem revelar muito. Tu realmente não precisa saber quem são para aproveitar, e se quiser uma pesquisa rápida já ajuda. Enquanto os nomes desses capítulos vão ser relevantes mais a frente. 

No geral é um volume absurdamente divertido pela sua proposta, onde até mesmo eu fui pego de surpresa. Pois nunca imaginaria um Xavier tão vulnerável como em The Treasure Hunters, e até agora não tenho nem ideia de quem seja o gorila Hale, apesar de ter achado ele bem daora. Pra vocês verem como esses detalhes extras são desnecessários de ir atrás.

VOL 2: Mutant Mayhem

A dupla responsável continua em Mutant Mayhem, já trazendo um novo crossover em The Job Shadow, agora com um foco no Quarteto Fantástico. Uma história sobre representatividade e olhar do público, que acaba sendo ofuscada pelas duas partes de Island X. Uma aventura fantástica, com direito a fauna e flora lendárias, que remetem a clássicos como Godzilla, Gamera e um pouco de Mágico de Oz.

Essa “saga em outro mundo” dá lugar a uma história que parece de outro álbum, quando Colleen Coover fica no lugar de Cruz na primeira de muitas aventuras da Garota Marvel, em A Buddy in Scarlet. Os novos traços e cores dão todo um ar mais leve, sendo essas histórias bem curtas e descompromissadas, que servem de apoio para mostrar mais das heroínas ou puxar algo mais cômico. Vejo mal nenhum nelas, mas seria o ponto de pular caso se sinta incomodado com a troca de foco.

Road Trip também muda o ilustrador, agora com Julia Bax no comando. Apesar disso o visual ainda é bem similar ao de Cruz e o enredo de Parker continua afiado, sendo essa uma das histórias mais divertidas. Uma simples viagem de Fera e Homem de Gelo pelos Estados Unidos.

Ela dá lugar a um embate contra nada mais, nada menos, que o incrível Hulk, no meio sem foco Smashed. Adoro o gigante verde e Cruz volta arrasando tudo. Mas tirando os golpes maneiros, nada muito relevante do lado dos herois X. Sendo algo mais pros fãs do verdão. Eu mesmo adoro.

E o volume acaba, entre aspas, em The Talking Board, com Colleen Coover ilustrando mais uma história engraçada e leve. E bota aspas nisso, pois esse é o primeiro volume com Mini Marvels, umas tirinhas cômicas do Chris Giarrusso, que eu não vejo muita graça. Elas podem exigir mais conhecimento da Marvel, e mesmo as mais simples eu pularia.

E tirando isso, metade do volume é compartilhado com outra coletânea, a First Class Special.

X-Men: First Class Special

Essas são histórias bem curtas que em parte eu recomendaria pular. The Museum of Oddities, ilustrado por Kevin Nowlan, é super curto, e tinha potencial. Mas o sobrenatural, a comédia e a dupla Fera e Homem de Gelo são pouco aproveitados.

Pulando um pouco a frente temos The Soul of a Poet, agora no pincel de Nick Dragotta. Um visual muito legal e estilizado, que faz valer muito esse conto  que envolve uma rara mutação.

E eu podia parar aqui falando pra ler somente esses, caso insista muito, pois são os mais focados na ideia central de First Class. A última história, A Girl and Her Dragon, narra algo com referencia aos X-Mens mais modernos, e não é particularmente interessante ao meu ver. O traço nessa história ficou com o Paul Smith, que admito ter feito um ótimo trabalho.

No mais, The Key, Man Fear the Blob e The Mental Mighty of Marvel Girl são histórias de comédia curtinhas, novamente no traço de Coover, sem ter assim muita graça, e só com a última focada na Jean. Leia se gostar desse estilo, como falei lá atrás.

VOL 3: Band of Brothers

Eu só me arrependo de ter lido esse álbum fora de ordem devido a como ele começa bem e me desanima monumentalmente logo em seguida. The Catalyst é mais uma história dupla, ótima, com Cruz voltando no desenho. Aqui mostrando como seria os X-Men sem poderes e com poderes anormais. Fanservice pra caramba e mais das sentinelas. Não tem como não gostar.

Só que no álbum essa parte dupla é cortada por Marvel Witch, outra de Coover. O que nem faz sentido. História legal essa, mas no meio do “arco” fica bizarro. Dá pra pular e voltar nela depois, óbvio, mas o ponto que realmente me desanima pra caramba é a quarta história, Adventure Into Fear.

Colocando de forma bem branda, essa é uma merda. Parker está creditado como roteirista, mas o estilo é bem diferente e faz diversas coisas que não batem com o propósito de First Class, de forma a parecer que meteram o estagiário pra escrever e nem deram o briefing pro coitado.

O início é ok, fazendo parecer ser algo de Lovecraft, até meterem o Homem-Coisa no meio e uns portais de forma bem tosca. No caso rola um flashback, e nessa lembrança lembramos de outras lembranças, bem no jeito de HQ antiga com um trilhão de ligações. Eles falam 2, 3 ou mais vezes de The Catalyst, The Bird, The Beast e The Lizard e The Littlest Frost Giant, numa leva de informações e mesclagem de conteúdo altamente inútil.

Ah, é num pantano? Mete lá o doutor Connors, fala do lagarto e ainda menciona que não tem praia pra relaxar. O tempo está sendo alterado? Bora buscar o final de The Catalyst, mudar os poderes do “vilão” pra dar uma desculpa boba e jamais resolver o problema.

Se isso parece tosco, vai piorar. Tudo isso foi explicado para mostrar os X-Men em universos paralelos ou no futuro, sem contexto algum dessas partes, fazendo ligações inúteis que só quem leu muito deles vai pegar. Numa leitura pra lá de maçante, sendo algo que recomendaria pular por mil motivos, mas que acaba sendo justificável ler por conta de uma história foda do vol 4. Mas falamos disso depois.

E no meio desse trash mais Mini Marvels! Eu não vejo graça neles, mas entre as tirinhas e esse Adventure Into Fear, eu fico com as tirinhas. E olha que nem mencionei o quanto odiei o traço do Eric Nguyen nesse daí.

O álbum continua com The New Recruit, novamente ilustrado por Bax. Agora focando na Viúva Negra e S.H.I.E.L.D. daquela época. Enredo bem mediano, que vale só por mostrar esses pontos do passado. Temos mais um pouco da Viúva em Get Me a New Look, novamente na parte cômica de Coover e finaliza com Frederick, outro enredo mediano ao meu ver, numa missão solo do Ciclope, que acaba sendo relevante ao longo da run. Com Craig Rousseau desenhando, o que até que me agradou bastante.

Isso fecha o pior álbum da série ao meu ver. Mas como é tudo episódico, basta pular o que não curtir e seguir em frente. Ou ler tudo e ter uma surpresa pra lá de agradável no álbum seguinte.

VOL 4: The Wonder Years

O volume 4 começa com a inusitada Cannon, e eu espero que tenha lido meu texto todo antes de chegar aqui. Pois amigo, que história boa. Algo que continua direto de Into the Fear. Sim, o capítulo bosta do vol. 3. Mas que acaba sendo fantástica, mesmo puxando referências mil de tudo que é canto da Marvel e me fazendo recomendar o que eu jurei que fosse pulado.

Não digo isso apenas desse capítulo, pois se justifica nele a leitura do terrível Into the Fear na continuidade de First Class, ao mesmo tempo que funcionaria fácil sem você ter lido ele, ou na verdade qualquer coisa dos HQs de herois. Isso porque se trata de uma zoeira focada justamente em tirar sarro dessas continuidades absurdas, onde Into the Fear entra como um texto fraco mencionado, quebrando a quarta barreira e esculachando aquela tranqueira.

Isso se dá por pescarem a porqueira daquele capítulo e explicaram corretamente o Nexus dos Multiversos, tudo por meio de adolescentes de um grupo que jamais existiu, num enredo bizarro, cheio de fanservice, altamente cômico e que brinca muito com a narrativa. 10/10.

Tudo isso no traço de Nick Dragotta, com Coover no meio de tudo novamente, mas agora ilustrando o flashback que na verdade é a origem dos Continua-teens. Quase que brincando também com essa alternância das histórias de aventura com as cômicas.

Numa pegada mais First Class, temos a memorável Fly Away. Um conto focado no Anjo, que começa mostrando as belezas do Paraná, aqui mesmo no Brasil, e termina mostrando algo fenomenal, focando bastante no discurso pró mutantes. Ou seja, tem uma pegada racial e de aceitação muito forte. Prefiro deixar demais detalhes no ar, mas se fosse pra resumir em uma palavra seria “emocionante”. Uma das melhores histórias até aqui, com destaque a um português perfeito, referências incríveis, e tudo mais uma vez no traço de Cruz. Que caso não saiba, é brasileiro de SP. Match perfeito.

Para melhorar um pouco os ânimos, um conto de Coover na sequência, também focado no Anjo, chamado The Poor Little Rich Mutant. Bem fofo esse. Já em Robots! And What They Can Do For You, temos um crossover inusitado, mas muito legal, com o poderoso Homem-Máquina contra homens de lava! Gostei bastante do personagem, mas fiquei chateado que mais uma vez cortam a história bem no meio, agora com Who is this misterius Agent Barker? Ok que é só uma página, e o agente é relevante na história, mas enche essas interrupções. E nem é algo muito relevante ou marcante.

Agora uma história de interlúdio boa é Missing Angel, outra vez de Coolen. Sabe, eu comecei cada vez mais a curtir essas. Agora temos um conto mudo que mostra os X-Men lembrando de diversas aventuras e causos ao lado do Anjo, enquanto ele está ausente. É engraçado, fofo, e remete a partes marcantes de todos os volumes, com alguns extras que nunca rolaram ou pontos a mais que ocorrem após o fechamento de certas histórias.

Na sequência vem um crossover com a Medusa de Inumanos, outro curta do Anjo e pra fechar outro cross do quarteto, com Homem de Gelo, Tocha Humana e eventualmente o Homem-Aranha, numa aventura bem divertida que fecha bem o First Class. Entre aspas. Temos ainda o Giant Size de bônus no volume fechado, seguido de Finals.

Giant-Size X-Men: First Class

Esse é algo similar ao Special. Giant-Size começa com The Thing (From Another Aisle). Uma aventura curtinha com Fera e Homem de Gelo investigando um laboratório no ártico. Tenta ser cômico, ao mesmo tempo que homenageia clássicos como The Thing e Arquivo X, mas sem ir muito muito longe. E ainda assim serve para setar todo o clima desse “volume”. Histórias curtinhas com um pé no terror, outro no sci-fi.

Invasion of the Bobby Snatchers continua direto da última história, mas sem o carisma anterior, sendo de longe a pior dessa leva. Enquanto Vigil of the Mad, por outro lado, é fenomenal. Um conto em preto e branco, com texto rimado que lembra obras de Dr. Seuss ou o curta Vincent de Tim Burton. Eu leria todo um livro assim sobre as aventuras macabras do jovem Xavier.

Então o plot central de Giant-Size retorna com o divertido The Day the Earth Just Would not Stand Still, onde Fera e Ciclope causam um acidente diplomático usando uma nave voadora e tudo acaba estranhamente com um teaser inútil de Invasão Secreta. Desses , Another Isle é ok, Vigil e Would Not Stand Still são bem legais. Mas nada de material fundamental aqui.

X-Men – First Class Finals

Partimos pro final, literalmente, no quinto volume, obviamente intitulado Finals. Ou testes finais, tipo um TCC, para garantir formação. Indicando então a conclusão das histórias centrais com o time inicial. Coloco assim pois existem outras HQs nomeadas First Class, mas o time formado por Xavier, Anjo, Fera, Homem de Gelo, Garota Marvel e Ciclope não passa desse.

O volume começa com uma nova introdução ao time, de forma super esculachada, e segue para o excelente Senioritis, onde a turma está em sono profundo, viajando por um reino criado por Jean Grey. Logo acordam, vão para os treinos na famosa sala do perigo e o volume segue, com histórias mais conectadas que o normal, revivendo em parte grandes momentos de First Class. Falo de locais antigos, alguns inimigos ou simples lembranças, ao mesmo tempo que nas partes calmas vemos os Xs pensando no futuro após se formarem, levantando bem aquele climão de coming of age.

Alternando entre esses capítulos temos Scott and Jean Are on a Date. Mais uma das histórias fofas de Cover, mas agora um pouco maior e também continua. O mais legal é ver o par romântico se deparar com o Homem-Coisa e acabar vendo o futuro de cada X-Men, mas só a parte boa, no que talvez seja a melhor dessas histórias curtinhas. E assim com esses dois enredos quase que entrelaçados, chegamos ao dia da formação, e assim acaba First Class com chave de ouro. Nos deixando apaixonados por um pequeno grupo de mutantes.

Giant-Size X-Men

Como já dito, ao final do vol. 4 tivemos o Giant Size. Acontece que existe outro HQ mais famoso, de 1975, com basicamente o mesmo nome, e este encerra o volume de Finals. Nada mais é que um dos ditos pontos de entrada da franquia X-Men, apresentando assim o segundo time. Escrito por Len Wein e ilustrado por Dave Cockrum, e é nessa história que conhecemos nomes famosos como Noturno, Tempestade e Colossus. Com outros mais antigos, como Wolverine e Banshee, se juntando ao time.

Dizem ser algo essencial na leitura dos X-Men, partindo deste para a run de Chris Claremont, que inicia da edição 94. Eu particularmente não curto. Tem momentos legais, em especial as conversas antes e depois das missões, que definem cada personagem. Mas é um HQ antigo, cheio de texto desnecessário explicando cada coisinha.

O time e a história dessa HQ servem de base para a run do Claremont, então ok se você quiser ler. Eu acho desnecessário, valendo mais hoje em dia conhecer os personagens por outros meios, em especial os desenhos. Não é a base, mas por lá você conhece os mutantes. Já na ideia de ler depois de First Class? Acho que não vale, a não ser que queira ir direto para run do Claremont.

Vale dizer que tem uma versão modernizada desse HQ, chamada Giant-Size X-Men: Tribute To Wein & Cockrum Gallery Edition.

X-Men – First Class – Class Portraits

Mas pera, não acabou. O grupinho retorna em mais um extra, agora em Class Portraits. Você obviamente não precisa ler esses, mas ainda assim bora falar do que se trata. Novamente uma coletânea de histórias com diversos autores, aqui indo em contos mais individuais para cada mutante, e estranhamente iniciando no tão ausente Magneto, em First X-Men in Brooklyn.

No enredo acompanhamos a primeira vez de Magneto nos EUA, de forma bem… chata? Howard Chaykin não chega a escrever ou desenhar mal, até gosto, porém é o tipo de história que não chega a nada. Além de estar muito longe do First Class que estamos acostumados. Já From the Ashes trás algo mais familiar, agora focando na Garota Marvel. O traço do Nuno Plati eu detesto, mas o enredo de Joshua Hale Fialkov até que compensa, tirando o estranho começo. Um conto que visa claramente falar para as pessoas seguirem em frente.

Depois temos histórias do Homem de Gelo, Anjo e Ciclope com o selo do evento Fear Itself nas Issues, mas que nada encaixam nele ao que parece. Fera some completamente na coletânea.GOOM, The Thing from Planet X é super divertido, ignorando novamente o traço estranho, aqui sob a dupla Brian Clevinger e Juan Doe. E The Bicycle Thief parece um cartoon das antigas e tem todo um charme.

Pulando essas temos 2 histórias de Spider-Man Family, edições 8 e 9 respectivamente. Essas não são pra mim… e na boa, provavelmente nem pra você. São 2 cross do aranha, primeiro com o Homem de Gelo, depois Garota Marvel. Nada muito First Class, e um tanto bobinho. Juntando esses ao resto, temos um volume bem pulavel e talvez o pior de todos.

Outros First Class?

É, como já dito, tem mais, porém não vou me alongar aqui. Tem Wolverine: First Class, Weapon X: First Class, Uncanny X-Men: First Class e X-Men: First Class – The High Hand. Ao que me vem a entender, esses falam de outras eras dos mutantes, e por isso resolvi deixar de fora do texto.

CONCLUSÃO

Seja para embarcar no mundo X, mergulhar na nostalgia ou simplesmente aproveitar algo bem legal, os 4 volumes de First Class e o Finals são fenomenais! Eu recomendo ler tudo, só pulando os minis e alguns extras. Vale ler quase todos os curtas de Cover, já no Special eu leria no máximo The Museum of Oddities e The Soul of a Poet, enquanto em Giant-Size só vale The Thing (From Another Aisle), Vigil of the Mad e The Day the Earth Just Would not Stand Still. O Giant-Size de 75 e o Class Portraits podem pular sem medo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *