Primeiras Impressões: Transference


Tenho que admitir, esse título ficou um bom tempo na minha inbox por conta do “pré conceito”. Brincadeiras à parte eu julguei pela capa. Em um momento de fraqueza olhei para o trabalho de Michael Moreci (Roche Limit, Burning Fields) e Ron Salas (Príncipe Valente, Existence 2.0) e logo assumi “mais uma serie policial genérica”.

O pior é que me vejo constantemente nessa cilada pois foi dessa forma que tratei True Detective, Silencio dos Inocentes, Chew, entre outros, antes de notar o verdadeiro potencial e posteriormente adicionar aos meus favoritos. Não sei como posso afirmar que sou fã do gênero se isso se repete tão facilmente.

Ainda acho que series policiais tem vivido as últimas décadas a base de clichês e historias episódicas, o problema é que dentro disso existem exceções, como tudo na vida. São aquelas com narrativa intrincada, um clima diferente ou junção de gêneros. As vezes uma pequena mudança pode alterar a perspectiva e Transference se encaixa perfeitamente nisso.

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8 de março de 2012, um trem lotado explode ao sul da França. 18 de Maio de 2015, Colton Mass acorda sozinho ainda se lembrando das chamas. Nada poderia apagar o dia de ontem da sua memória, nem mesmo com uma garrafa de Uísque que não tomara. Discussões infrutíferas, Sommes atirando sem pensar e uma possível anomalia no espaço-tempo.

Um dia normal para qualquer agente não fosse a grande demanda por serviços mundanos, como aponta Jordan. Uma rápida viagem para impedir uma chacina em meio a milhares de pedidos de figurões querendo salvar seus bichos de estimação. Vendo por esse lado o ataque terrorista parece um evento isolado, de fácil contenção, mas como em todo bom HQ surge um twist.

Em meio a apresentação de Wyatt e Rechston descobrimos que o criador da tecnologia de transferência, Dr. Ormon, havia sido sequestrado por Fasad, um terrorista que aparentemente guarda rancor por Colton. Não sabemos até que ponto se estende a relação dos dois, apenas que o mundo está em perigo e cabe a eles salvarem a continuidade do espaço tempo antes que mais pessoas comecem a desaparecer.

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No geral foi uma introdução rápida e prazerosa de se ler com uma arte bem consistente, apesar de não saltar aos olhos. De longe o personagem mais interessante é Colton e consigo enxergar ele entrando numa espécie de conspiração. Achei muito estranho a família dele sumir, com ninguém lembrando de como era antes, com exceção dele próprio.

Nessa nova “dimensão” ele se tornou alcoólatra e isso destruí-o suas chances com Tara no passado. Não é algo em que um terrorista iria investir. Talvez Fasad tenha sido contratado por outra pessoa, sendo Dawes a opção mais plausível. Lhe foi negado o pedido de salvar seu casamento, teria motivo maior para tornar isto pessoal?

Outra opção seria de Rechston ou outro figurão da agencia mexendo os pauzinhos para que seu membro de elite se mantenha focado no trabalho. Acusar Fasad indiretamente de apagar a existência dos filhos do sujeito faria todo sentido. Induzir a vingança pode ser um meio bem eficiente para tornar algo prioridade máxima.

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Mas o que realmente chama atenção e pensar como serão impedidos os ataques uma vez que estes podem ocorrer em qualquer período de tempo e alterar o presente. Existem possibilidades insanas nisso, como destruir a agencia, tomar o governo, separar os agentes e até mesmo danificar o espaço tempo.

Independente de como prosseguir o enredo o time criativo da Black Mask está mais uma vez de parabéns. Chega a ser ridículo ir na contramão quando estamos falando de uma empresa que coloca inovação como sua meta, e temos vários exemplos no blog do porquê isso e verdade.

Ainda não está convencido? Então assista o trailer do HQ.

Texto publicado originalmente em 29/07/2015

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