Estamos chegando a mais uma temporada de animes, momento do ano que somos recebidos com uma enxurrada de títulos novos para assistir, o que acaba deixando muita gente perdida. Como tenho costume de ver diversas estreias e escolher quais irei continuar vendo, venho com esse texto tentar trazer algo que possa lhe ajudar a encontrar um anime para acompanhar. Como estão no começo, não posso garantir que serão grandes animes do início ao fim, só um potencial em seu começo e vale a pena dar uma chance. Nessa lista também busquei dar uma diversificada nos gêneros, para agradar uma margem maior de leitores.
SSSS.Dynazenon
Total de episódios previstos: 12
Estreia: 2 de Abril
Estúdio: Trigger
Fonte: Original
Gêneros: Ação, Ficção Científica, Mecha
Sinopse: Um dia, Yomogi Asanaka, um aluno do primeiro ano da Escola Secundária Fujiyokidai, encontra um homem misterioso chamado Gauma que afirma ser um “usuário de kaiju”.
O súbito aparecimento de um kaiju é seguido pela entrada do robô gigante, Dynazenon. No lugar errado na hora errada estão Yume Minami, Koyomi Yamanaka e Chise Asukagawa, que são arrastados para a luta contra o kaiju. (FONTE: Funimation)
Primeiras impressões:
Essa primeira análise pode ser corrompida pelo fator “fanboy”, devido a meu grande fascínio pelo universo de Gridman. Tentarei ao máximo que isso não atrapalhe.
Caso não sabia o que é Gridman: É um tokusatsu de 1993-1994 criada pela Tsuburaya Productions (produtores de Ultraman também), que serviu de inspiração para a série americana Superhuman Samurai Syber-Squad (SSSS). Em 2018, a Tsuburaya Productions e o Studio Trigger firmaram uma parceria para a criação de um anime chamado SSSS.Gridman, o qual se passa no mesmo universo do tokusatsu original. Nesta temporada temos uma expansão deste universo com SSSS.Dynazenon, só que não se preocupe: não precisa ver o anime ou tokusatsu antes desse novo anime. pode embarcar sem essa preocupação, pois é algo 100% original, e no máximo terá algumas referências e paralelos que não prejudicará quem não viu os anteriores. Apesar disso, aproveito a oportunidade de deixar uma recomendação fortíssima de SSSS.Gridman.
O dia de lançamento de SSSS.Dynazenon foi um feriado, claramente para comemorar o lançamento do anime. Brincadeiras à parte, o primeiro episódio mostrou um verdadeiro potencial, e isso logo me deixou aliviado. Estava com muitas esperanças de algo realmente bom, apesar disso, muitos já sabem como é desconcertante esperar algo e isso decepcionar. O efeito negativo é muito maior comparado a algo que você não tem muitas expectativas.
Se você já está acostumado com animes da Trigger, já te garanto que vai testemunhar um começo que faz jus ao estúdio. Quem ainda não assistiu, saiba que vai assistir algo à primeira vista muito maluco, cheio de personagens energéticos e com uma ação desenfreada quando engata, mesmo tendo seus primeiros minutos mais calmos.
No primeiro episódio já somos apresentados ao elenco de cinco personagens, bem no estilo de tokusatsus como Super Sentai e Cybercops. Todos são muito bem apresentados, até mesmo quem teve pouco tempo de tela, é possível já ter uma ideia de suas personalidades. Gostei de todos do elenco principal. Começando pelo Gauma, qual já posso considerar o meu preferido; Yomogi ainda não me chamou muita atenção, só que mostra um grande potencial e sua dinâmica com o Gauma é divertida demais; Koyomi todo perdido no Mecha sem saber o que está acontecendo foi impagável; Chise parece ser legal, só fiquei triste dela não ter entrado no Mecha e finalmente a Minami, a qual teve um destaque maior nesse primeiro episódio. Foi apresentado possíveis traumas e o que esses traumas acarretaram em sua vida no presente, então, a teoria mais previsível é que já é possível que problemas dessa vez sejam conectados com os sentimentos dessa personagem.
Para os fãs de SSSS.Gridman, é possível identificar diversas referências e paralelos ao primeiro episódio de SSSS.Gridman, teve uma cena onde foi praticamente a mesma dinâmica com o primeiro anime. Além de já poder delimitar as contrapartes de todos os personagens.
A luta neste episódio foi algo para empolgar. Não foi nada tão extraordinário, e sim, extravagante e maluco como o padrão do estúdio. O que chamou mesmo a atenção foi a transformação do Mecha principal. Sendo o Kaiju invasor um dinossauro, a primeira transformação foi para um dinossauro. Nada mais justo. Talvez sejam indícios que terão diversas transformações e todas estarão relacionadas aos Kaijus.
Ainda sobre a luta, o momento que começou a tocar a música de abertura, feita pelo Masayoshi Ooishi, foi de arrepiar. Tudo isso com uma ótima animação, havendo uma mistura de CGI e 2D em sincronia e que de nada incomodou.
Creio que seja um dos melhores da temporada, se não o melhor.
Mars Red
Total de episódios previstos: 13
Estreia: 29 de março
Estúdio: Signal.MD
Fonte: Teatro
Gêneros: Ação, Militar, Histórico, Sobrenatural
Sinopse: Mars Red ocorre em 1923, e os vampiros já existem há um bom tempo. Mas agora, o número de vampiros está aumentando e uma misteriosa fonte de sangue artificial chamada Ascra apareceu.
O governo japonês, por sua vez, cria o “Código Zero”, uma unidade dentro do exército com a tarefa de derrubar as forças vampíricas. E que melhor maneira de rastrear vampiros do que usando vampiros?
Criada pelo Tenente General Nakajima, esta unidade tem estado historicamente no negócio da guerra de informação, mas foi reatribuída para resolver a crise dos vampiros. (Fonte: Funimation)
Primeiras Impressões:
À primeira vista, confesso que esse anime não me chamou atenção, só que quando fui pesquisar sobre tive uma grata surpresa. O primeiro motivo disso foi sua origem teatral, e logo depois descobri que o dramaturgo da peça original, Bun-O Fujisawa, estaria totalmente envolvido com a produção do anime. Fico feliz que cada vez mais pessoas de outras áreas estejam entrando nessa indústria de anime, como a crescente onda de roteiristas de dorama na indústria. Isso só mostra o crescimento da importância cultural e social dos animes.
Logo de cara já se percebe essa influência com uma linda cena de abertura mostrando um monólogo teatral, o qual foi um ótimo recurso para apresentar perfeitamente o clima da obra.
Caso não saiba, sou formado em História. Sendo assim, tenho uma predisposição a gostar de obras históricas e com esse começo não foi diferente. Ainda mais quando é uma mistura de sobrenatural e histórico, algo que é sempre bem-vindo. Outro destaque nesse quesito é a ambientação, sendo um anime que se passa no começo do séc. XX no Japão, foi possível observar a forte influência ocidental que o Japão estava tendo na época e um fortalecimento do Império Japonês com ideias fascistas. Tudo isso muito bem abordado nos diálogos e cenários.
Ainda sobre a ambientação, é possível enxergar um visual diferente, tendo um background mais reto para dar uma sensação teatral para a obra, algo que dada sua origem já era esperado. Talvez o estilo de animação possa incomodar quem busque algo mais “tradicional” dos animes atuais, mesmo assim não acho isso um empecilho para assistir o anime, pelo fato de ser visualmente muito bonito. Tiveram alguns usos de CGI que não atrapalhou.
O primeiro episódio serviu perfeitamente na proposta de introdução, apresentou a personalidade do protagonista e sua interação com aquele mundo, além de deixar claro qual é o potencial de perigo dos vampiros e as formas de derrotá-los.
Vivy: Fluorite Eye’s Song
Total de episódios previstos: 13
Estreia: 3 de Abril
Estúdio: Wid Studio
Fonte: Original
Gêneros: Ficção científica, músical
Sinopse: Uma IA chamada Matsumoto aparece antes de Vivy, a primeira IA humanóide autônoma do mundo. A missão de Matsumoto é reescrever a história junto com Vivy, a fim de parar a guerra entre a IA e os humanos que acontecerá um século depois. (Fonte: Funimation)
Primeiras Impressões:
Possivelmente um dos animes mais aguardados dessa temporada. O motivo é que um dos seus criadores, Tappei Nagatsuki, ficou bastante conhecido por sua light novel Re:Zero − Starting Life in Another World. Então muitos dos seus fãs tem uma grande expectativa com o roteiro desse novo anime.
Todo esse potencial foi realmente apresentado nos dois primeiros episódios que foram lançados no mesmo dia. Um tema que voltou a estar em voga nos últimos anos: a relação de um mundo com humanos e inteligências artificiais. Por isso, já é esperado temas sobre consciência de IA, qual a diferença de humanos e IA entre outros assuntos.
Neste anime acontece logo em sua cena de abertura algo que sempre tememos em relação às IA e que já foi explorado diversas vezes em várias mídias: IA irá criar consciência, se revoltar e matar todos os humanos. Só que logo após isso, somos teletransportados para 100 anos antes deste acontecimento, onde as IA ainda estão de forma pacífica trabalhando em suas funções para os humanos.
Então, somos apresentados a Vivy, uma IA que tem como função apenas cantar, e sim, neste momento do mundo as IA não conseguem fazer nada além de uma função específica. Um dia uma IA de 100 anos do futuro chega para Vivy com uma importante missão: impedir as IA de acabarem com os humanos. A proposta do anime então é que embarcamos juntos dessa IA por uma missão de 100 anos para impedir outros IA de destruírem a humanidade. O maior desafio disso vai ser aguentar seu parceiro, um ursinho que fala extremamente rápido e é irritante em vários momentos.
A animação é algo a se destacar, tem momentos deslumbrantes com cenas de fotos desenhadas à mão que são imagens de encher os olhos. Tudo isso com uma trilha sonora linda que cria a tensão necessária para cada cena.
É um anime original com uma staff que promete demais. À vista disso vejo um potencial para um grande anime, principalmente para fãs do tema.
Yakunara Mug Cup Mo
Total de episódios previstos: Desconhecido
Estreia: 3 de Abril
Estúdio: Nippon Animation
Fonte: Mangá
Gêneros: Slice of Life
Sinopse: Após Himeno e seu pai se mudarem para Tajimi, cidade natal de sua falecida mãe, ela é convidada por uma nova colega de classe, Kukuri Mika, a visitar o clube local de cerâmica… e descobre algo que jamais imaginaria. (Fonte: Crunchyroll)
Primeiras Impressões:
Um típico Slice of Life de “Garotas Fofas Fazendo Coisas Fofas” que não pode faltar em nenhuma temporada, justamente para termos um anime com uma proposta que é relaxar enquanto vemos coisas bonitas e com poucos conflitos.
Seus episódios são curtos, cheios de vida com uma animação padrão para esse estilo de anime: nada extraordinário, tendo um foco maior nas personagens, deixando elas sempre lindas em suas funções.
O primeiro episódio foi algo agradável apresentando a cidade, personagens e a temática da vez: cerâmica. Adoro ver esse tipo de anime que sempre se aprende a algo do cotidiano japonês de forma didática e leve.
O extra bem especial para fãs de seiyuus, é que cada episódio vem acompanhado de mais ou menos 9 minutos com as seiyuus das personagens principais passeando pela a cidade. Foi algo bem legal e curioso de assistir.
Aproveitando o lançamento do anime, os 7 primeiros volumes do mangá foram disponibilizados de graça no site oficial, infelizmente apenas em inglês e japonês, só que achei legal essa iniciativa.
SHAMAN KING (2021)
Total de episódios previstos: 52
Estreia: 1 de Abril
Estúdio: Bridge
Fonte: Mangá
Gêneros: Ação, aventura, comédia, sobrenatural
Sinopse: Uma batalha está prestes a começar em Tóquio: o Shaman Fight, um torneio realizado a cada quinhentos anos onde os xamãs – aqueles que podem comandar espíritos – se enfrentam em combate. O vencedor desta competição torna-se o Rei Xamã e o único que é capaz de contatar e controlar o Grande Espírito, permitindo-lhes remodelar o mundo como quiserem por meio de seu imenso poder.
Durante uma caminhada noturna, Manta Oyamada encontra seu colega de classe, o despreocupado Yoh Asakura, que o convida para vir observar as estrelas com alguns amigos que, para o horror de Manta, acabam sendo fantasmas de um cemitério local! No entanto, o conhecimento que Manta possui – um raro sexto sentido que permite a Manta ver esses espíritos – torna o menino querido. Então, quando Yoh descobre que seu novo camarada foi espancado por uma gangue local, ele decide vingá-lo com a ajuda de Amidamaru, um fantasma samurai cujo túmulo foi quebrado pelo líder da gangue.
Logo Manta descobre mais sobre o mundo dos espíritos, incluindo o Shaman Fight, no qual seu novo amigo Yoh pretende reivindicar a vitória. (Fonte: MAL)
Primeiras Impressões:
Talvez não seja a melhor pessoa para escrever um texto de impressões sobre o remake de Shaman King. Pelo fato que não tenho tanta memória com o antigo anime ou mangá, acabei nunca realmente assistindo certinho e só vi alguns poucos episódios aleatórios. Entretanto, ainda há algo positivo nisso, acaba que o fator nostalgia não vai me atingir, seja isso negativo ou positivo.
Mesmo assim, tive um tempo para pesquisar e tirar dúvidas com fãs antigos da obra. O que sei é que o primeiro anime não teve o mesmo final que o mangá, pelo fato de que o anime encerrou quando o mangá ainda estava em lançamento. Inclusive o mangá teve dois finais: um da serialização normal (onde cancelaram o mangá) e um final do kazenban (Shaman King Kang Zeng Bang), que é o “verdadeiro final” de Shaman King, sendo bem possível que o anime irá adaptar esse segundo.
Isso é um caso bem parecido com Fullmetal Alchemist (tirando a parte de dois finais no mangá). E levando isso em consideração, caso ocorra algo parecido na mentalidade das adaptações, o começo de Shaman King terá um ritmo acelerado para chegar logo na parte que não foi adaptada no primeiro anime.
E foi exatamente o que aconteceu no primeiro episódio. Entretanto foi capaz de apresentar os personagens e os conceitos daquele mundo de uma forma exemplar, algo muito importante para qualquer shounen.
Ainda tenho que me acostumar com as proporções dos corpos dos personagens, como partes do corpo que normalmente são menores sendo maiores. Creio que isso é intencional e faz parte do estilo do autor, então irei relevar.
Mesmo sendo apressado no início, é um anime com grande potencial para alguém que nunca viu e dando a possibilidade de ver arcos não adaptados do mangá para fãs antigos.
Kleiton Tariga
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